Ser-se Winnicott, mais do que uma escolha, um sentido de vida
Corria o ano de 1957 e Winnicott apresentava, numa reunião da Sociedade Britânica de Psicanálise, um dos artigos que mais marcou o meu percurso como psicanalista: “A capacidade de estar só”. O outro, escrito doze anos mais tarde, foi “O uso de um objeto e relacionamento através de identificações”, publicado em O brincar e a realidade, mas lido também na Sociedade Britânica de Psicanálise, em 1969. O primeiro fala da capacidade mais nobre da arte de quem pratica a cura pelo cuidado: a capacidade de estar só na presença do outro; que significa, a meu ver, a capacidade de se…