Em tempos li em algum lugar que o importante não é o destino nem o caminho, é a companhia.
Todos sabemos que o caminho se faz caminhando, contudo, penso que são aqueles que vamos encontrando ao longo do percurso que fazem com que este tenha sentido.
Tenho tido a honra e o prazer de viver a experiência de, espontaneamente, me cruzar com aqueles cujos interesses se assemelham aos meus e que por vezes caminham comigo, por vezes lhes sigo eu os passos, por vezes paro/paramos para contemplar a paisagem e disfrutar do vislumbre de uma nova etapa.
Talvez seja esta a forma que consigo descrever o nascimento do Projecto Winnicott-Portugal.
Quando me pergunto como cheguei até aqui ocorrem-me dois aspectos: encontrei, mas primeiro fui encontrado.
A vivência da experiência viva no meu percurso analítico, na ética do cuidado tão bem descrita e defendida por Donald Woods Winnicott, despertou em mim a curiosidade de conhecer mais e melhor este mundo.
O lugar onde o ser humano existe a partir de si mesmo, o lugar onde me (re)encontro e (re)descrubo dia após dia.
Acredito que a experiência vindoura será de continuidade (outro termo tão rico que Winnicott tão generosamente nos deixou), onde seguiremos juntos e descobriremos juntos e com afecto, dedicação e responsabilidade.
Esta célula, encabeçada pela Dra. Rosário Belo que tanto estimo, acrescentará algo novo e transformador aos modelos psicanalíticos aplicados em Portugal.
Estou muito grato a Winnicott, à Dra. Rosário Belo, aos colegas e companheiros e, fundamentalmente, à vida.
Porque é preciso estar vivo para ser, escolher, saber de si, encontrar-se e encontrar os outros ainda que estes não o saibam…mas isto não sou eu que digo, é Winnicott, cá estarei para dar o meu contributo e ajudar outros a caminhar, tal como tenho tido a sorte de que outros também me tenham vindo a ensinar.
E assim continuará até ao fim da vida.