Mergulhar na obra de Winnicott foi inicialmente complexo, denso e por vezes frustrante, particularmente para quem estava afastada da linguagem psicanalítica há uns anos. Aos poucos, a linguagem winnicottiana, particularmente os afetos que abraçam o seu pensamento e por consequência, a sua obra, foram-se entranhando, encaixando e fazendo cada vez mais sentido no meu trabalho e pensamento clínico.
É o ambiente externo facilitador, presente na obra de Winnicott, que tem vindo a facilitar a minha tarefa de amadurecimento enquanto terapeuta. O processo de integração dos diferentes aspetos da sua obra, vai sendo possível na presença do ambiente externo facilitador que encontramos no grupo da Winnicott Portugal. O processo de amadurecimento desenvolve-se na presença de um ambiente externo facilitador.
Antoine de Saint-Exupéry, em o Principezinho (1941), refere que “ninguém escapa ao sonho de voar, de ultrapassar os limites do espaço onde nasceu, de ver novos lugares e novas gentes. Mas saber ver em cada coisa, em cada pessoa, aquele algo que a define como especial, um objeto singular, um amigo, é fundamental. Navegar é preciso, reconhecer o valor das coisas e das pessoas, é mais preciso ainda.”
Com o nascimento da Winnicott-Portugal, encontramos um espaço em que é possível ir explorando a obra de Winnicott, ir “brincando” num tempo e espaços próprios, ir criando o nosso próprio significado, conjunto e individual, numa envolvencia em que o valor de cada um é reconhecido. A Winnicott Portugal oferece-se assim como um ambiente suficientemente contentor, permitindo-nos sentir, pensar, sonhar e voar na nossa própria tarefa de amadurecimento enquanto clínicos.